NAS ENTRELINHAS                                 


NOSSA AMÉRICA

de Memélia Moreira

Segunda-feira, Dezembro 01, 2003

FORMAÇÃO DE TORTURADORES

A implantação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) vai facilitar o recrudescimento do militarismo no continente. Essa e outras denúncias estão sendo feitas por intelectuais e políticos norte-americanos, entre eles, o ex-senador democrata Tom Hayden. Durante o encontro de Miami, as organizações não governamentais “Intercâmbio Global” e “Paz e Justiça” promoveram seminário “ALCA, Escola das Américas e Militarismo” durante o qual foi exibido um vídeo mostrando ações de violência praticadas por militares norte-americanos e paramilitares contra camponeses da Colômbia.
A escalada de militarização da América Latina patriocinada pelos Estados Unidos e Canadá começou suas operações com o Plano Colômbia, programa norte-americano de combate ao narcotráfico, que há um ano já vem fazendo incursões pela Bolívia. Projetado inicialmente para operações de combate ao narcotráfico, entre elas, o fumigamento dos campos de plantação de coca na fronteira da Colômbia com o Equador, o plano começa a abandonar seus objetivos originais. O sub-secretário de estado para Assuntos Políticos da Casa Branca, Marc Grossman, já admite abertamente que o plano “permitirá à Colômbia o uso de helicópteros cedidos pelos EUA e também a brigada anti-droga para combater os terroristas, de acordo com as necessidades”.
Há mais de cem militares americanos atuando na Colômbia. Há dois, anos, quando foi concebido, o plano previa a presença de 40 técnicos militares e 80 civis. Esse número, entretanto, já foi ultrapassado e, silenciosamente, mais militares estão sendo enviados para a suposta operação de combate ao narcotráfico.
Esses militares são treinados pela Escola das Américas, uma famigerada instituição sediada na Geórgia, Estados Unidos, que formou militares e torturadores das ditaduras implantadas na América Latina nos anos 60 e 70. Depois de sofrer uma intensa campanha que desgastou sua imagem, a escola mudou de nome. Chama-se agora Instituto de Cooperação para Segurança Hemisférica e continua formando militares para “combate ao terrorismo”, título sob o qual se abrigam todos aqueles que discordam da política de Washington.
No Brasil, a escalada de militarização pode ser constatada a partir da instalação do sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Suas unidades foram implantadas em territórios indpigenas localizados entre os Estados de Mato Grosso, Pará, Amazonas, Roraima, Acre e Amapá. A sociedade brasileira ignora completamente as atividades desenvolvidas pelo SIVAM, sem saber sequer se os equipamentos instalados servem ou não para espionar os países que fazem fronteira com o território brasileiro.
O acordo assinado entre os Estados Unidos e o Brasil para o uso do Centro de Lançamentos da Base Militar de Alcântara também faz parte do projeto de militarização da América Latina. Abortado depois de uma intensa mobilização dos movimentos sociais e sindicais do Brasil, o acordo foi abandonado mas novas propostas estão sendo apresentadas pelo governo Bush que espera a assinatura da ALCA para vender seus projetos militares FORMAÇÃO DE TORTURADORES

A implantação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) vai facilitar o recrudescimento do militarismo no continente. Essa e outras denúncias estão sendo feitas por intelectuais e políticos norte-americanos, entre eles, o ex-senador democrata Tom Hayden. Durante o encontro de Miami, as organizações não governamentais “Intercâmbio Global” e “Paz e Justiça” promoveram seminário “ALCA, Escola das Américas e Militarismo” durante o qual foi exibido um vídeo mostrando ações de violência praticadas por militares norte-americanos e paramilitares contra camponeses da Colômbia.
A escalada de militarização da América Latina patriocinada pelos Estados Unidos e Canadá começou suas operações com o Plano Colômbia, programa norte-americano de combate ao narcotráfico, que há um ano já vem fazendo incursões pela Bolívia. Projetado inicialmente para operações de combate ao narcotráfico, entre elas, o fumigamento dos campos de plantação de coca na fronteira da Colômbia com o Equador, o plano começa a abandonar seus objetivos originais. O sub-secretário de estado para Assuntos Políticos da Casa Branca, Marc Grossman, já admite abertamente que o plano “permitirá à Colômbia o uso de helicópteros cedidos pelos EUA e também a brigada anti-droga para combater os terroristas, de acordo com as necessidades”.
Há mais de cem militares americanos atuando na Colômbia. Há dois, anos, quando foi concebido, o plano previa a presença de 40 técnicos militares e 80 civis. Esse número, entretanto, já foi ultrapassado e, silenciosamente, mais militares estão sendo enviados para a suposta operação de combate ao narcotráfico.
Esses militares são treinados pela Escola das Américas, uma famigerada instituição sediada na Geórgia, Estados Unidos, que formou militares e torturadores das ditaduras implantadas na América Latina nos anos 60 e 70. Depois de sofrer uma intensa campanha que desgastou sua imagem, a escola mudou de nome. Chama-se agora Instituto de Cooperação para Segurança Hemisférica e continua formando militares para “combate ao terrorismo”, título sob o qual se abrigam todos aqueles que discordam da política de Washington.
No Brasil, a escalada de militarização pode ser constatada a partir da instalação do sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Suas unidades foram implantadas em territórios indpigenas localizados entre os Estados de Mato Grosso, Pará, Amazonas, Roraima, Acre e Amapá. A sociedade brasileira ignora completamente as atividades desenvolvidas pelo SIVAM, sem saber sequer se os equipamentos instalados servem ou não para espionar os países que fazem fronteira com o território brasileiro.
O acordo assinado entre os Estados Unidos e o Brasil para o uso do Centro de Lançamentos da Base Militar de Alcântara também faz parte do projeto de militarização da América Latina. Abortado depois de uma intensa mobilização dos movimentos sociais e sindicais do Brasil, o acordo foi abandonado mas novas propostas estão sendo apresentadas pelo governo Bush que espera a assinatura da ALCA para vender seus projetos militares para o continente.
ao continente.